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14 Out 2022
Gaia dedicou uma semana à Saúde Mental
Iniciativa encerrou uma semana inteiramente dedicada a esta temática
De 10 a 15 de outubro, pela primeira vez, a Câmara Municipal de Gaia organizou a Semana da Saúde Mental, uma iniciativa que, a reboque do Dia Mundial da Saúde Mental (10 de outubro), pretendeu chegar a diversos tipos de públicos, com atividades para vários interesses. O objetivo passou, sobretudo, por sensibilizar e informar a comunidade acerca desta problemática, promovendo a literacia e potenciando a discussão informada em torno do bem-estar psíquico.
Assim, ao longo da semana, decorreram workshops e sessões em estabelecimentos de ensino, equipamentos sociais do Município, com públicos-alvo como alunos, pais, técnicos das IPSS, utentes, grávidas e recém-mamãs, sessões de mindfulness e de risoterapia, entre outras atividades. A semana terminou com a realização das I Jornadas da Saúde Mental, no auditório do Parque Biológico. "Saúde Mental: desafios e respostas. Que futuro?» A questão foi lançada e um vasto leque de profissionais responderam, com a partilha de experiências vivenciadas nos seus quotidianos, com ênfase na realidade de Vila Nova de Gaia.
"A temática da saúde mental não é nova e tem uma importância transversal à sociedade. A covid-19 interpelou-nos a todos, trazendo impactos sobre os quais não tínhamos refletido. Assim, assumimos uma tarefa arriscada, envolvendo-nos numa área que, não sendo da nossa competência, é a nossa obrigação. Por isso, acredito que haverá um antes e um depois desta Semana da Saúde Mental. A cada semana, temos de enfrentar este problema como um elemento central das nossas políticas municipais”, afirmou Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Gaia, na abertura das I Jornadas da Saúde Mental.
Sabe-se que no concelho a depressão, o abuso de álcool e a demência são alguns dos principais problemas ao nível da saúde mental. Cerca de 10% dos utentes inscritos no ACES Gaia foram diagnosticados com depressão, sobretudo mulheres entre os 20 e os 79 anos, e 8% com demência, principalmente a partir dos 80 anos. Consequentemente, a ausência de saúde mental tem um impacto significativo nas diferentes áreas de vida dos indivíduos, podendo traduzir-se, no caso das crianças e dos jovens, em fraco desempenho académico, risco aumentado para o suicídio, abuso de substâncias, comportamento antissocial, delinquência e gravidez precoce. Estas consequências na infância e adolescência estendem-se, muitas vezes, ao longo da idade adulta, gerando maiores índices de doença mental e desemprego, salários baixos, problemas conjugais e atividades criminosas.
Face a esta realidade, estimulada pelos constrangimentos provocados pela pandemia de covid-19, a Câmara de Gaia tem procurado respostas, reunindo um conjunto de medidas que constituem aquilo a que se chamou Programa Municipal de Apoio à Saúde Mental – FelizMente. O programa, apresentando no final destas primeiras jornadas, é um claro investimento municipal na saúde mental, através de projetos que visem a prevenção de riscos e a promoção de competências da comunidade, com base nas necessidades manifestadas pelas populações e pelas entidades parceiras.
