O município de Vila Nova de Gaia tem assistido, com surpresa, a diversas movimentações nas redes sociais e, mais recentemente, na comunicação social, sobre o alegado encerramento do SASU de Soares dos Reis.
É certo que se trata de uma área – a saúde – em que os municípios ainda não têm competências diretas. Porém, é igualmente certo que o Município de Gaia tem acompanhado, de forma muito direta, os investimentos neste setor e a melhoria dos seus serviços. E tem-no feito quer investindo financeiramente no hospital, num montante de 3 milhões de euros para a segunda fase das obras, quer na construção do novo Centro de Saúde de Vilar de Andorinho (já em funcionamento), quer na construção do Centro de Saúde da Madalena, obra em curso, e quer ainda na contratualização, com o Ministério da Saúde, da instalação de serviços de saúde oral nos centros de saúde de Gaia. Esta tem sido a atuação do Município, que entende ser o caminho a prosseguir, em prol do bem de toda a comunidade.
Assim, na defesa dos cuidados primários de saúde prestados pelo SASU de Soares dos Reis, importa clarificar o seguinte:
– as instalações do SASU de Soares dos Reis entraram em obras de requalificação e melhoria das condições do equipamento, por justa decisão da ARS;
– esta intervenção revela-se fundamental para a melhoria das infra-estruturas do Centro e das condições de atendimento e dos serviços para os utentes e para o corpo clínico;
– as referidas obras, com duração máxima prevista de meio ano, são incompatíveis com o funcionamento do SASU na sua localização original, em Soares dos Reis;
– a recente inauguração do Centro de Saúde de Vilar de Andorinho revelou-se uma oportunidade para a instalação do referido serviço naquele local enquanto decorrem os trabalhos de requalificação em Soares dos Reis;
– sempre foi claro para a ARS e para a Câmara Municipal de Gaia que as alterações estruturais dos serviços de cuidados primários e atendimento de urgência devem obedecer à avaliação das melhores condições de acesso e qualidade de infraestrutura e do serviço, aspetos que estão contemplados neste caso concreto;
– o pensamento subjacente a todo este processo implica o reconhecimento da centralidade do SASU de Soares dos Reis e a mancha populacional que serve;
– mais ainda, pareceria fazer pouco sentido a localização de um SASU "ao lado das urgências” do Hospital de Gaia, uma vez que tal poderia implicar a opção inevitável de recurso às urgências, criando um constrangimento pouco razoável;
– deve, pois, considerar-se que não existe qualquer pretensão de extinção do SASU de Soares dos Reis, devendo o serviço voltar a funcionar em condições melhoradas após as obras de requalificação atrás referidas.
Foto: Medical image created by Freepik
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